Achada Grande Frente: Qualidade da água periga Saúde Pública

Posted by Jailson Oliveira On domingo, 8 de maio de 2011 0 comentários

Há perto de seis meses que os moradores de Achada Grande Frente (na Praia) vêm enfrentando graves problemas relativos à falta de água. O líquido não tem dia nem hora certa para chegar às casas das pessoas.
Nas poucas vezes que chega, não tem a mínima qualidade. A cor é acastanhada e a população tem sérias dúvidas quanto à sua proveniência.
Os moradores de Achada Grande Frente denunciam que a zona é discriminada em relação aos outros bairros da capital no que toca à distribuição da água.

Edmilson Fernandes, estudante de Desporto na Única (Universidade Intercontinetal de Cabo Verde), afirma que a situação no seu bairro é a pior de toda a cidade da Praia, porque a falta de água afecta a zona há vários meses, sem que haja solução à vista.
“A água não tem qualidade e quando vem menos acastanhada, não chega em quantidade suficiente para superar a falta que fez noutros dias”, denuncia.
O jovem vai mais longe e afirma que a qualidade da água que chega à comunidade é um atentado à saúde dos moradores.
“Pratico desporto para ter mais saúde e tenho que beber água acastanhada porque eu e a maioria dos moradores do bairro não temos dinheiro para comprar água engarrafada para o consumo”, sustenta.

Proveniência duvidosa

Fernandes alega que, sendo Cabo Verde um País de Rendimento Médio, um cidadão não devia consumir uma água com estas características. Pede, por isso, às autoridades que tomem as medidas necessárias para porem fim a esta situação que, não dignifica em nada o País, nem o seu patamar de desenvolvimento.
Devido ao elevado índice de material barrento que se verifica na água que chega à zona, os moradores estão a pensar que o líquido vem do esgoto.
Cláudia Moniz sustenta a sua afirmação, alegando que não serve para nada, “e que esta água parece ser do esgoto, pois, não dá nem para ser colocada na sanita, porque fica manchada, e muito menos para beber ou lavar roupas” - exemplifica.
Esta dona de casa diz ainda que, em conversa com vizinhos, estes revelaram que após terem tomado banho com o líquido, sentiram comichões por todo o corpo.
Por isso, Moniz deixa perguntas no ar: “Onde estão as autoridades deste País? Que futuro para os mais vulneráveis que não podem comprar uma garrafa de água para darem de beber aos filhos?”.
São questões que a maioria dos moradores da zona almejam ter respostas a curto prazo.
Enquanto isso, os que têm mais meios compram água a 300$00/barril, até que a situação seja definitivamente resolvida.

Electra procura solução

O jornal A NAÇÃO contactou a ELECTRA para saber quais as soluções para o problema que assola Achada Grande Frente. Nesta instituição foi-nos dito que os moradores já lá estiveram e, inclusive, que deixaram uma nota que fazia referência à situação da má-qualidade da água no bairro.

Avançam, também, que já estão a tentar solucionar a situação, mas, enquanto isso não acontece, os moradores perguntam até quando vão ter que abastecer-se nos chafarizes, muitas vezes correndo o risco de terem conflitos com os vizinhos, por causa de um balde de água.

No dia 22 de Março comemorou-se o Dia Mundial da Água, sob o lema: “ Água para as Cidades: Um Desafio Urbano”.

Tanto se fala no “líquido precioso como fonte de vida”, mas a realidade com a qual se deparam os moradores de Achada Grande Frente é totalmente diferente.

Fonte: Jornal A Nação. 03/04/2011

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